12 de fevereiro de 2016

CAPÍTULO 22 - GRÁVIDA?!



Vitória Narrando



Se meus sentimentos já estavam confusos, depois desse episódio já não sabia mais o que se passava dentro de mim. Comecei a chorar, era um misto de tristeza, raiva, ódio, amor e compaixão, não sabia se conseguia acreditar naquele abraço e nas lágrimas de minha mãe, meu coração estava apertado e triste.

Depois de um tempo ela se afastou de mim e pude enxergar meu pai do outro lado da sala nos encarando. Voltei minha atenção para ela quando senti suas mãos em meu rosto limpando as lágrimas que ainda escorria, seu olhar era penetrante. Não conseguiria sustentar seu olhar, então fiz o que seria mais fácil para mim, arrumei minha bolsa no ombro, abaixei a cabeça e desviei de seu corpo parado na minha frente e segui em direção as escadas subindo a mesma, acompanhada do som forte do seu choro incontrolável.




Luan Narrando



Cheguei em casa durante a madrugada, havia ficado uma semana direto na estrada, estava morrendo de saudade do meu aconchego familiar. Depois que o pessoal me deixou no condomínio, entrei em casa coloquei a mala com as roupas sujas na lavanderia e subi pro meu quarto. Tomei um banho para relaxar o corpo e me deitei, conferi minhas redes sociais e logo apaguei.

Acordei por volta de 13:00 horas, o cheiro da comida já invadia o quarto, estava morrendo de saudade da comida da minha Xumba. Tomei um banho colocando uma roupa confortável e desci, antes colocando meu celular para carregar. Cheguei na sala e nem sinal de vida naquela casa, segui para a cozinha e lá estava Bruna, mexendo nas panelas.

- Bom Dia Piroquinha. – Abracei sua cintura e beijando seu rosto.
- Que susto Luan! – Falou bravinha. – Boa Tarde né. – Falou com obviedade.
- Cadê a Xumba? – Perguntei pegando um fio de macarrão que ela havia cozinhado.
- Tá deitada.
- Por quê? Aconteceu alguma coisa?
- Ela não está se sentindo muito bem desde ontem, hoje nem saiu da cama, o papai levou café para ela de manhã, mas não comeu muito não. – Falou suspirando.
- Não foi no médico?
- Ela não quis ir, o pai insistiu, mas ela não quis.
- Eita Xumba! Vou subir lá. – Falei seguindo para fora da cozinha.
- Bate na porta antes de entrar, vai quê... – Falou e deu risada.
- Pais não fazem isso Piroca. – Falei assustado.
- Ahãn, você veio de cegonha. – Riu mais ainda.
- Calada Bruna. – Gritei subindo as escadas.

Caminhei pelo corredor e me aproximei da porta do quarto de meus pais, bati e abri colocando a cabeça pra dentro, minha mãe dormia e meu pai lia alguns papéis.

- Oi! – Falei.
- Oi filho, chegou bem?
- Uhum. E a Xumba?
- Tomou um remédio e dormiu. – Disse olhando pra ela.
- O que aconteceu?
- Ela passou mal, começou ontem.
- Vomitou?
- Sim e dor de cabeça. Mas não quis ir ao médico.
- Ê mãe! – Sentei ao lado dela e acariciei seu rosto. – A Bruna tá terminado o almoço. – Me dirigi a meu pai.
- Vamos descer melhor não acordar ela agora. – Falou colocando os papéis na mesinha ao lado da cama e levantando em seguida.

Repeti seus passos e seguimos para o andar de baixo, provavelmente minha irmã já haveria terminado o almoço.

- Olha o cheiro tá bom hein. – Disse meu pai e Bruna sorriu.
- Fica elogiando muito não pai. – Provoquei.
- Fica quieto Luan, que coisa. – Fechou a cara.
- Chega crianças. – Falou meu pai brincando.
- Tá pronto. – Disse minha irmã batendo palmas e sorriu.
- Bora comer então.

Sentamos juntos na mesa, o macarrão de Bruna estava com uma cara ótima, e o gosto também. Depois de recolhermos os pratos a bonita me aparece com uma travessa de pudim.

- Nossa, mas tá inspirada.
- Eu mando bem querido.
- Uhum. – Falei com boca cheia.

Estávamos terminando de comer a maravilha de pudim, quando minha mãe chegou na cozinha. Coitada estava com uma cara péssima, demostrava sua fraqueza e seu mal estar.

- Mãe vem comer. – Bruna chamou se aproximando.
- Não meu amor. – Disse beijando sua testa.
- Posso fazer um chazinho então?
- Pode querida. – Disse sentando-se do meu lado. – E você querido? Chegou bem?
- Tô bem mãe, mas você não. – Falei e ela suspirou. – Porque não deixou o pai te levar no médico?
- Não precisa meu amor, eu vou melhorar. – Sorriu mais não me convenceu.

Bruna trouxe um chá de camomila para ela, junto também com algumas bolachas e biscoitos simples, ela agradeceu e começou a tomar o chá. Sua cara não era nada boa, ela não estava bem, começou a suar frio e sua palidez já era evidente.

- Lizete?! – Disse meu pai.
- Eu tô bem Amarildo. – Disse passando a mão no rosto.
- Vou te levar no hospital. – Meu falou e já levantou pra suas coisas.
- Não precis...
- Precisa sim mãe. – Falei interrompendo a mesma. – A senhora não tá bem.
- Tá certo. – Sorriu.
-Vamos querida. – Meu pai apareceu já com a chave do carro nas mãos.

Os dois saíram em seguida, eu estava preocupado, Bruna também.  Começando a arrumar a cozinha conversando sobre coisas aleatórias, ela tinha um trabalho da faculdade pra fazer, o que ocuparia sua tarde toda, terminamos tudo e ela subiu. Eu sem ter muito que fazer, peguei meu vídeo game e parti pra sala, iria me entreter, mas a preocupação com minha mãe ainda continuava.


Duas horas depois...



Já nem jogava mais vídeo game, Bruna desceu duas vezes pra beber água, o filme que eu assistia já estava no final, mas alguns minutos e quando os créditos já subiam na tela da TV, a porta foi destrancada e meus pais adentaram a sala, com caras extremamente preocupadas.

- E aí gente? – Perguntei na lata.
- Luan chama a Bruna no quarto, por favor! – Falou meu pai um pouco sério.
Subi as escadas correndo e bati na porta do quarto dela.
- Piroca, vamos lá embaixo, o pai tá chamando.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não sei, vamos logo.

Descemos lado a lado e encontramos os mesmos rostos preocupados, minha mãe tinha a cabeça nos ombros de meu pai e estava  com os olhos fechados e ele a abraçava pelo ombro.

- O que a mamãe tem pai? – Bruna perguntou.

Meu pai suspirou, não sabia decifrar suas emoções, uma mistura de felicidade com preocupação, e em minha mãe a aflição era evidente. Ela levantou a cabeça de seu obro, nos encarou e depois olhou pra meu pai.

- Sua mãe está grávida Bruna!

Meu coração que estava quase saindo pela garganta me fez engasgar, agora era eu que não estava entendendo as minhas próprias emoções, como assim grávida?







NOTAS:


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